Itabira Comitiva visita neto de Drummond e busca intercâmbios visando fortalecimento cultural de Itabira
Itabira Comitiva visita neto de Drummond
Com o objetivo de estreitar laços com instituições e familiares ligados ao poeta Carlos Drummond de Andrade, uma comitiva da Prefeitura de Itabira foi ao Rio de Janeiro na última sexta-feira (29). Estiveram na cidade carioca o prefeito de Itabira Damon Lázaro de Sena, o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo Reginaldo Calixto de Oliveira e o superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Marconi Drummond Lage. Ao longo do dia, as autoridades discutiram ideias que podem ser implantadas visando o fortalecimento da cultura, do turismo e do lazer em Itabira.
Pela manhã, a comitiva visitou o Museu Casa de Rui Barbosa, em Botafogo. Construída em 1849, a casa é cercada por um jardim com cerca de 9 mil metros quadrados, onde as famílias fazem piqueniques e as crianças se divertem à sombra das árvores. Nela residiu o jurista Rui Barbosa (1849-1923), considerado um dos mais importantes personagens da história brasileira. O local foi transformado em museu-casa (o primeiro no Brasil) em 1930: na biblioteca há aproximadamente 37 mil volumes; os cômodos permanecem fiéis ao original, com pinturas, lustres e mobiliários da época; na garagem, o visitante pode ver de perto os automóveis antigos. Reginaldo Calixto fez elogios à equipe responsável pela conservação do espaço.
O museu é mantido pela Fundação Casa de Rui Barbosa, que também cuida de um precioso acervo ligado a Carlos Drummond de Andrade. “O intuito é fazer um intercâmbio de projetos culturais na área da literatura entre a Fundação carioca e a FCCDA. Grande parte do acervo documental está sob a guarda da Casa Rui Barbosa e, como temos o Memorial em Itabira, queremos verificar a possibilidade de obter o arquivo digital e disponibilizá-lo para pesquisa”, explicou o superintendente da FCCDA.
Reginaldo Calixto e Marconi Drummond comentaram sobre a ideia de transformar a Casa de Drummond em um museu semelhante, no qual o visitante tenha contato com ambientes que retratem, de forma contemporânea, o estilo de vida daquela época. Damon Lázaro de Sena também comentou sobre a necessidade de recuperar parques e jardins de Itabira e instalar sistemas de vigilância, para que a população tenha espaços de lazer com segurança.
A parada seguinte aconteceu no restaurante Americana, em Copacabana, local frequentado por Drummond aos domingos. Foi o ponto de encontro marcado com o neto de CDA, Pedro Augusto Graña Drummond, que cuida dos direitos autorais do avô. Entre os assuntos abordados, estavam as atividades culturais desenvolvidas em Itabira, o interesse de ampliar o acervo bibliográfico do Memorial CDA com edições autografadas e a aquisição recente da coleção de cartas escritas pelo poeta. “É importante resgatar histórias ligadas a Itabira e recuperar valores que a sociedade está perdendo”, disse o prefeito.
Pedro Augusto afirmou que “há uma demanda natural pela obra de Carlos. Sempre há interesse e, em Itabira, é fundamental que seja contada a história ligada a ele”. Disse ainda que, no próximo ano, algumas edições escritas pelo poeta serão relançadas. Sobre a ideia de transformar a Casa de Drummond em um museu, sugeriu que o espaço seja interativo e dinâmico. “Uma casa onde as pessoas possam tocar nos objetos. Pode-se reconstruir ambientes onde Carlos viveu, trazendo a participação do visitante de forma física ou intelectual”.
A viagem foi encerrada com a visita ao apartamento onde Drummond morou, no mesmo bairro, e que hoje pertence ao neto. Em uma das paredes, há o quadro em que Drummond aparece em sua cidade natal, com o Pico do Cauê ao fundo. Em outra, está retrato da filha, Maria Julieta, quando criança – pintado por Cândido Portinari. Na sala, também há a antiga cadeira de balanço de madeira – objeto que deu nome a um dos livros do poeta. Outras raridades guardadas por Pedro Augusto são os talheres que pertenceram aos bisavós, Julieta Augusta e Carlos de Paula Andrade, e as pequenas imagens esculpidas pelo famoso santeiro Alfredo Duval.
Pedro Augusto demonstrou interesse em contribuir na doação de peças e mobiliários que pertencem à família, para que seja instalado o museu-casa em terras itabiranas.
[RodUn]