Artesanato em Minas Gerais
Artesanato em Minas Gerais
O artesanato está presente em diversas regiões de Minas Gerais, com produção baseada em pedra-sabão, cerâmica, madeira e fibras vegetais. De Diamantina são famosos os tapetes arraiolos, de Tiradentes destacam-se os objetos em prata, e da região do Vale do Jequitinhonha as peças em madeira e principalmente cerâmica.
Desde o século XVIII, trabalhadores que utilizam as mãos e algum instrumento como extensão dos dedos para confeccionar peças de uso decorativo e utilitário se fazem presentes nas áreas colonizadas de Minas Gerais. Oficinas caseiras exibiam mestres, oficiais e aprendizes nas mais diversas atividades: produção de mobiliário doméstico, joalheria sacra ou profana, instrumentos musicais, de trabalho e de transporte, objetos de lazer, etc.
Na maestria de confeccionar objetos, utilizando recursos naturais da terra e materiais importados, a criatividade do mineiro sempre foi ímpar. Nas variadas regiões culturais mineiras, de acordo com o processo histórico de cada uma, sobressaem-se variados objetos artesanais típicos. Quem conhece a história da nossa colonização é capaz de entender melhor a mensagem de cada um desses objetos, suas respectivas utilidades e suas características peculiares, as quais traduzem o jeito de ser e a cultura da comunidade de origem.
Como “o artesanato está correlacionado com os recursos naturais existentes e decorre, necessariamente, da relação entre o homem e o meio, reflete o sistema de vida adotado pelos moradores do lugar ou região, é certo que se manifeste no estado em múltiplos padrões e variedades técnicas, ainda que se trate de objetos feitos com emprego do mesmo material e que tenha igual destinação”.
A economia de Minas, no setor de transformação, era eficaz. A sociedade mineira, escravista, não excluía do cenário social grupos de produtores independentes e trabalhadores livres. Pela necessidade, o mineiro criou e recriou suas peças com arte e beleza. No século XVIII, o processo de produção artesanal do mineiro foi enriquecido, principalmente pela criatividade de mulatos, cafusos e mamelucos. E, “embora se considerem notáveis as experiências portuguesas transculturadas e sincréticas, a cerâmica, a tecelagem e cestaria receberam influência indígena marcante, perceptível ainda em nossos dias”.
No século XIX, imigrantes e seus descendentes – italianos, alemães, judeus, sírio-libaneses, turcos, ciganos, ingleses, franceses e espanhóis marcam, também, a história da cultura mineira, através de objetos artesanais, culinária típica, usos e costumes.
Ao se observar objetos artesanais, é preciso saber distinguir as peças que são artesanatos típicos regionais das obras artesanais do artista popular. Na primeira, todos detêm a técnica do fazer e mantêm características próprias do processo histórico da comunidade. Na segunda, o artista popular, além de dominar a técnica do fazer da comunidade, impregna características pessoais em sua obra. Exprime, nas peças, os seus sentimentos, valores e conceitos de vida. Na maioria das vezes, são escultores, joalheiros e bordadeiras que fazem peças individuais.
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