Produção Café de Minas
Produção Café de Minas
No 13º Prêmio de Qualidade, realizado pela Illycaffè em 2004, os 10 primeiros colocados eram produtores mineiros. O estado produz mais da metade do café nacional. As principais regiões cafeeiras do Estado são o Sul, e o Cerrado.
Sul de Minas
O Sul de Minas Gerais é o mais importante centro de produção de café do Brasil. Compreendendo cerca de 14 municípios, a região responde, em média, a 30% da produção brasileira de café.
Diversos fatores contribuem para que o Sul de Minas tenha maior competitividade na cafeicultura: aptidão de clima e solo para maior produtividade e qualidade; infra-estrutura das propriedades; profissionalismo do cafeicultor; sistemas de produção variados; qualificação de mão-de-obra; organização em cooperativas; geração de tecnologia; assistência técnica competente; tradição e sustentabilidade. O relevo montanhoso é ideal para produção de café.
A altitude varia de 950 a 1.300 metros e a temperatura anual permanece em torno de 22 a 24ºC. O Sul de Minas está estrategicamente localizado, eqüidistante das três maiores capitais do país e dos portos de Santos e Rio de Janeiro. Caracteriza-se pela produção de cafés de excelente qualidade, devido às suas condições de clima e solo favoráveis ao desenvolvimento da cultura.
O café é produzido em solos sob vegetação de cerrado e em solos mais férteis, nas regiões montanhosas. São mais de 28 mil propriedades que cultivam cerca de 1,2 bilhão de covas de café, numa área de aproximadamente 545 mil hectares.
Predominam as pequenas e médias propriedades cafeeiras. Cerca de 95% das fazendas de café do Sul de Minas possuem menos de 50 hectares. Na região sulmineira está a maior concentração de cooperativas de cafeicultores do Brasil, distribuídas nas várias micro-regiões produtoras, prestando serviços de assistência técnica, análises de solo e foliar, fomento, benefício e rebenefício, armazenamento e comercialização de café.
Algumas das principais cidades produtoras de café da região do Sul de Minas são Três Pontas, Campos Gerais, Nepomuceno, Boa Esperança, Machado, São Gonçalo do Sapucaí, Guaxupé, São Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino, Itamogi, Alpinópolis, Santa Rita do Sapucaí, Botelhos, Poços de Caldas, Varginha, Machado e Alfenas.
A cafeicultura foi inserida na região na década de 1850 e muitas cidades surgiram a partir das grandes fazendas. A região produz café Arábica. As variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo.
Porém, novas variedades produtivas e resistentes já estão sendo difundidas entre os produtores. A região é conhecida por ter bebidas finas. Trata-se de um café doce e suave, com aroma acentuado e acidez cítrica; se apresenta mediamente encorpado e adstringente, o que proporciona um aftertaste prolongado após sua degustação.
A média do Sul de Minas é de quatro mil cafeeiros por hectare, o que representa o sistema de cultivo semi-adensado. Apesar de ter um terreno com muito declive, os cafeicultores fazem muito uso da mecanização em suas lavouras. A região também se destaca como pioneira no cultivo de café orgânico (ecologicamente correto).
O grande alcance social da cafeicultura no Sul de Minas pode ser medido pelo número de empregos que oferece: mais de 1,5 milhão de pessoas dependem das atividades nas lavouras de café. Cerrado Mineiro No Cerrado, o café foi introduzido na década de 70, com sofisticadas pesquisas agronômicas e tecnologias específicas para a região, já que os fazendeiros buscavam um café moderno.
As estações bem definidas, com verões quentes e chuvosos, seguidos de invernos frios e secos e a altitude acima de 800 metros formam o clima ideal para o cultivo do café de alta qualidade. A produtividade média do Cerrado, caracterizada por médias e grandes fazendas, é uma das mais altas do mundo.
Com cerca de 4.300 fazendas de café em uma área de 135 mil hectares, chega a 24 sacas/hectare. Os principais municípios produtores de café presentes na região do Cerrado Mineiro são Araguari, Indianópolis, Aimorés, Monte Carmelo, Patrocínio, São Gotardo, Coromandel e Araxá. Hoje, apesar de muitos municípios terem diversificado as culturas agrícolas, o café continua tendo influência na economia da região.
Algumas cidades, como Patrocínio, dependem muito dele. É a região ideal para plantio de cafés naturais, secos em terreiros ao sol. Este método de secagem permite a migração dos açúcares da popa para o grão, favorecendo o cultivo de cafés equilibrados em corpo e acidez, e proporcionando uma bebida mais adocicada e com aroma intenso. Dentre os cafés Arábicas cultivados no local, a predominância é de plantas das variedades Mundo Novo e Catuaí, das quais são obtidas principalmente bebidas duras. Nesta região privilegiada pela natureza, com tecnologias modernas incorporadas a um negócio tradicional, o resultado não poderia ser diferente.
O aroma e a doçura dos frutos contribuem para o delicioso sabor da bebida, bastante apreciada nos Estados Unidos, Europa e Japão. Cerrado Mineiro apresenta certificado de “Indicação de Procedência” Desde o mês de abril de 2005, com uma simples leitura ótica de um código de barra, os distribuidores europeus ou de outras regiões importadoras do café do Cerrado Mineiro têm uma rastreabilidade completa do produto que estão comercializando.
Esse código de barra indica o nome do produtor, a propriedade, o exportador, o importador, o torrefador e as propriedades do café. Isso se tornou possível porque o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) conferiu à região uma “Indicação de Procedência” para o café.
O Cerrado Mineiro é a primeira região no mundo a ser demarcada com uma indicação de procedência. A região aguardou por esse certificado por mais de 7 anos, mas as dificuldades do Inpi em estabelecer parâmetros ao certificado, devido ao processo inusitado, justificaram a demora.
A região demarcada do Cerrado Mineiro, composta por 55 municípios produtores de café, passa a receber o “status” de uma região vinicultora, como a dos Vinhedos no Sul, a de Bordeaux na França, ou a do Porto em Portugal. Essa indicação de procedência para o café é importante porque o mercado consumidor fica cada vez mais exigente.
Além disso, em cinco ou seis anos, essa será um exigência para todos os produtos alimentares como frutas, carnes e bebidas. A indicação de origem de procedência é importante porque define as características próprias do café da região. A análise sensorial indica aroma, corpo, sabor e acidez do café.
[Rod]