Alpercata
Alpercata
História do Município de Alpercata
Por volta de 1926, chegaram ao lugar Manoel Florentino Lopes com sua família, e depois, Gabriel Lopes, vulgo “Gabriel Precata”, alcunha a ele atribuída por usar calçados do tipo alpercata. Foram os primeiros habitantes, considerados fundadores da Povoação.
A partir de 1941, com a fixação de acampamentos de pessoal ocupado na construção da Rodovia Rio-Bahia, atual BR-116, foi acelerado o progresso da localidade. Novas casas eram edificadas, surgindo os primeiros estabelecimentos comerciais.
Com esses novos estímulos e a atividade agropecuária, o povoado “Precata” entrou em fase definitiva de evolução.
Com o movimento de criação do Distrito foi tentada a mudança do nome “Precata” para Bom Jesus do Novo Cruzeiro. Alteraram a grafia para Alpercata, em homenagem a Gabriel “Precata”, figura de grande popularidade na região e um dos fundadores da cidade.
GENTÍLICO : Alpercatense
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
Distrito criado com a denominação de Alpercata (ex-povoado), pela Lei Estadual nº 336, de 27/12/1948, subordinado ao município de Governador Valadares.
Foi elevado à categoria de município com a denominação de Alpercata, pela Lei Estadual nº 2.764, de 30/12/1962, desmembrado de Governador Valadares (sede no antigo distrito de Alpercata). Constituído município oficialmente em 01/01/1963.
Em divisão territorial datada de 01/03/1963, o município é constituído do distrito Sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2008.
Fonte: IBGE
HISTÓRIA DO MUNICÍPIO
PRIMITIVOS HABITANTES
A história dos primeiros moradores desta vasta região do Rio Doce se perde na noite dos tempos. Com a chegada do “homem branco”, na segunda metade do Século XVIII e principalmente no Século XIX esta região sofreu profundas e dolorosas transformações.
Há milhares de anos vivia nesta região uma infinidade de povos indígenas que foram aniquilados. É uma história de sangue e de morte, causados pelo homem europeu e brasileiro. Foi uma invasão armada. Foi uma invasão política, econômica, cultural e religiosa feita pelo “homem civilizado”. Em nome de falsos princípios e ideais sagrados, usados de maneira hipócrita que foram sacrificados milhares de vidas humanas.
Antes de 1800, viviam ao longo do Rio Doce, milhares de indígenas distribuídos em tribos, bandos, povos e nações a quem o “civilizado” chamado simplesmente de índios. Culturas e sistemas de vida evoluída foram imolados no altar da ganância do homem branco.
Estes milhões de silvícolas da América Latina são hoje em dia, classificados cientificamente em três principais troncos lingüísticos: Tupi-Guarani, Macro-Jê e Aruaque. Os habitantes do Sul da Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa Catarina pertenciam ao troco lingüístico Macro-Jê.
Quando nos referimos ao Vale do Rio Doce, sabemos que estamos classificando com a denominação de “Botocudos Aimorés”, dezenas e dezenas de povos indígenas. Com muito orgulho, muitos de nós fazemos parte dos inteligentes valentes e temíveis Jê, Maxacali, Kariri, Bororó, Krenak, Pojitxá, Krekmum, Bhuês e muitos outros povos.
A essa imensa gama de tribos e de povos deu-se erradamente o nome de botocudos, porque usavam “botoque” de madeira nos lábios e nas orelhas. Não estavam agrupados em famílias mas em dialetos. Eram tidos como violentos, antropófagos, implacáveis inimigos e incapazes de “civilizar-se”.
Contra eles pesou o braço da repressão do “homem civilizado”. Botocudo é pois, o nome genérico com conotações pejorativas aplicados aos índios que ocupavam nesta vasta faixa do litoral e do interior do Brasil. Hoje estão reduzidos a um punhado de remanescentes agrupados em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
A DENOMINAÇÃO “ALPERCATA”
Filho bonito sempre tem pai. A palavra “Alpercata” causa estranheza. Porque este nome? É a pergunta que se ouve das pessoas que não conhecem a cidade de Alpercata.
A cidade de Alpercata recebeu este nome devido a um antigo morador da região, Senhor Gabriel Lopes, vulgo Precata, alcunha por usar este tipo de calçado. Gabriel Lopes era um caboclo idoso que morava na virada da serra, onde hoje fica a localidade do Acampamento.
Quando em 1940, com a abertura da Rodovia Rio-Bahia, os engenheiros foram ficando por aqui, construiu-se naquela localidade um acampamento, que recebeu o nome de Acampamento do Precata. Gabriel não era parente de Manoel Florentino Lopes, doador do terreno para a futura cidade de Bom Jesus de Alpercata.
Antes de 1940, a região era chamada de Córrego do Esgoto. Alguns quiseram que a cidade se chamasse Florentinópolis, em homenagem a Manoel Florentino Lopes.
Outros, como o próprio Manoel Florentino queria que fosse denominada Bom Jesus do Novo Cruzeiro. Outros ainda pensaram em dar à cidade o nome de Agenópolis, em homenagem ao primeiro escrivão, Senhor Agenor Vieira de Andrade.
Com a saída das barracas do Acampamento em 1943, Manoel Florentino Lopes, doou o terreno para que fosse construída a cidade de Alpercata. Ele morava na saída para o Córrego do Bonfim, onde hoje se localiza a Cerâmica Alpercata.
Em 06 de julho de 1944, Padre João Pina do Amaral fez o primeiro casamento: Senhor José Bento da Silva e Dona Conceição Ribeiro de Souza Silva, pais do então Prefeito Gilcleber Bento de Souza.
Em 27 de setembro de 1948, foi criado o distrito de Alpercata pela Lei Nº 336, pertencendo ao Município de Governador Valadares. Em 12 setembro de 1950, era instalado o Cartório de Alpercata, sendo o primeiro escrivão o Senhor Agenor Vieira de Andrade e Arnaldo Rodrigues de Andrade o primeiro Juiz de Paz.
A emancipação do Distrito de Alpercata se deu pela Lei Nº 2.764 de 30 de dezembro de 1962. A instalação de Cidade foi em 1º de março de 1963 com a posse do Prefeito Intendente José Sales. Em 30 de agosto de 1963 tomou posse o 1º Prefeito Eleito, Senhor Arnóbio Vieira de Andrade.
A cidade goza do privilegio de estar às margens da Rodovia Rio-Bahia e a proximidade de Governador Valadares.
A cidade ficou sendo chamada até aos dias de hoje “Alpercata”.
NATUREZA
Alpercata está situada no Leste Mineiro, à margem direita do Rio Doce e à margem esquerda da BR 116 numa das regiões mais férteis do Estado.
A sua natureza é estupenda e configurada com pequenas elevações entremeadas de baixadas fertilíssimas, outrora cobertas por uma densa e exuberante floresta que o machado e o fogo do “colonizador” destruiu em questão de três décadas.
No passado produzia muito milho, arroz, feijão e fumo. Hoje, o município produz em larga escala: legumes, verduras, hortaliças como: jiló, quiabo, tomate, batata doce, cenoura, pimentão, mandioca, abóbora, couve, alface, favas e etc.
O quiabo é o símbolo da cidade com o seu Festival do Quiabo, evento realizado na ultima semana de maio.
A região abastece os mercados de Governador Valadares, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e grande parte do Estado da Bahia.
No Bairro de Vila Eugênio Franklin, debaixo de um pé de jequitibá em meados das décadas de 60 e 70 havia sempre uma grande feira dos produtores rurais.
Hoje, Vila Eugênio se transformou numa grande feira das regiões vizinhas. Há inúmeras granjas produzindo mais de 300.000 frangos por mês.
Mas tudo isso poderá ser transformado em pastagens e chácaras para fins de semana dos abastados da vizinha cidade de Governador Valadares.
ATUAIS MORADORES
A ocupação e a colonização das riquíssimas terras de Alpercata, foram iniciadas a partir do século XX e, mais provavelmente, na década de 1920. A região era muito insalubre.
Os mais antigos dizem que naquela época dava febre até nas árvores. Em 1930, uma malária violenta, causada pelas enchentes do Rio Doce e Rio Traíra matou muita gente. É justamente a partir de 1930 que os primeiros migrantes foram chegando por aqui.
Por volta de 1910, os trilhos da Estrada de Ferro Vitória Minas foram sendo esticados pelas margens do Rio Doce acima. Mas foi com a abertura da Rodovia Rio-Bahia que, praticamente nasceu a cidade de Alpercata. Em 1940 inicio-se a abertura da estrada.
Para cá vieram levas e mais levas de retirotes em busca de um pedaço de terra. Na sua maioria, os migrantes vinham da Zona da Mata, sobretudo das cidades de Astolfo Dutra, Guidoval, Mercês, Rio Pomba, Rodeio, Ubá e Visconde do Rio Branco.
São destas regiões as Famílias Alves Ferreiras, Martins, Pereiras, Alves Pereira, Marcolinos, Bentos, Belmiros e etc. Em menor escala vieram migrantes de outras cidades das região de Guanhães como os Lucas e os Matildes.
Inúmeras famílias descendentes de italianos se transferiram para esta região. Seus pais e avós se imigraram para a Zona da Mata e para o Espírito Santo no fim do século passado e no começo deste século.
Vieram substituir a mão-de-obra escrava. Há entre nós: Amadeus, Capuci, Corbelle, Contin, Fanni, Montinni, Moretto, Nalon, Reniere, Tolomeu, Zanella, Zoócoli e Lombardi.
Em vinte anos o Município de Alpercata ficou totalmente habitado.
Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Alpercata
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